A taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) é a taxa básica de juros do Brasil e, por isso, interfere em toda a economia do país. Desse modo, podemos afirmar que tem impacto em todos os setores econômicos, principalmente no mercado imobiliário.
Você sabe como a taxa Selic impacta na compra e na venda de imóveis? Você sabe o que a queda ou aumento da taxa ocasiona? Se ainda não possui esses conhecimentos, vamos falar um pouco sobre esse tema.
Com objetivo de trazer todas as informações sobre a taxa Selic, a GS & Marin preparou esse artigo para você entender o significado da Selic, como ela pode influenciar a economia do Brasil e, principalmente o mercado imobiliário.
Entendendo a taxa Selic?
Conforme falamos acima, a taxa Selic é a taxa básica de juros da economia e, por isso, influencia no mercado todo o Brasil. Seus valores podem ser aumentados, diminuídos ou mantidos, o que é sempre comunicado pelo Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) com uma periodicidade de 45 dias.
Por ser a taxa básica de juros da economia, a Selic controla as demais taxas de juros do país e está presente nas taxas impostas em empréstimos e em financiamentos. É preciso lembrar que a taxa impacta no retorno de investimentos financeiros.
O valor da taxa Selic é definido pelo Copom, que se reúne a cada 45 dias para avaliar se é necessário aumentá-lo, diminuí-lo ou deixá-lo estável.
Qual é a realidade da Selic atualmente?
O reflexo da pandemia de covid-19 trouxe consequências para a economia mundial e também no Brasil. Muitos setores foram afetados de forma negativa, devido às medidas de distanciamento e de isolamento social e às crescentes taxas de desemprego.
Do mesmo modo o mercado imobiliário experimentou alguns crescimento e algumas empresas do setor que já divulgaram seus balanços de 2020 e atestam resultados que bateram recordes de vendas. Mas qual a explicação para esse cenário?
A queda na taxa Selic é um dos fatores que mais tem influencia no crescimento do mercado imobiliário no último ano. Em 2020, a Selic esteve em 2% ao ano, o que aponta uma queda histórica no mercado econômico.
Atualmente, a taxa sofreu um reajuste, que foi comunicado pelo Copom no dia 05 de maio. De acordo com a última divulgação, a Selic, hoje, está em 3,05% ao ano.
Qual é a relação entre a taxa Selic e a inflação?
A taxa Selic funciona como uma referência para os juros pagos pelos bancos, uma vez que as instituições financeiras a utilizam como base para definir a cobrança de juros de empréstimos e de financiamentos.
Com isso é possível estabelecer uma relação direta entre a taxa Selic e a inflação. Quando o Governo Federal determina uma movimentação na economia.
Com isso os juros menores cobrados pelas instituições financeiras, permitem que as pessoas tenham o acesso facilitado a empréstimos e a financiamentos, principalmente os imobiliários. Com dinheiro disponível, a população tem mais poder de compra e se sente incentivada a consumir.
Em contra partida, quando o Governo Federal decide subir o valor da Selic, os juros aumentam e o acesso aos recursos financeiros por meio de bancos e de fintechs fica menos acessíveis, o que desestimula o consumo. Desse modo, a inflação diminui.
Por isso, é possível afirmar que a relação entre a Selic e a inflação é inversamente proporcional: quando o valor da Selic aumenta, o da inflação cai e quando o valor da Selic diminui, o da inflação sobe.
Como a Selic influencia o mercado imobiliário?
A taxa Selic influencia todas as outras taxas de juros. A partir desse ponto, os juros dos financiamentos imobiliários são alterados de acordo com o aumento ou com a queda da Selic.
Pessoas que financiam imóveis, na maioria das vezes, não possuem todo o valor disponível necessário para comprar a casa ou o apartamento à vista. Portanto, assume uma dívida com a instituição financeira contratada, que pode durar meses e até mesmo anos.
Quando as taxas de juros estão altas, a parcela do financiamento imobiliário pode pesar muito no orçamento de quem o contratou. Mas quando a Selic está baixa e, consequentemente, os juros do financiamento imobiliário seguem a mesma tendência de baixa, a negociação se mostra vantajosa vários aspectos.
Como a taxa Selic atingiu uma queda consideravelmente baixa em 2020, isso acabou contribuindo muito para o crescimento exponencial do mercado imobiliário mesmo durante a pandemia de covid-19.
Financiamento imobiliário? Saiba quais são os tipos.
Os financiamentos imobiliários são pensados estrategicamente pelas instituições financeiras de acordo com o perfil e com as necessidades de seus clientes. De qualquer forma o planejamento é personalizado. Com isso os financiamentos são divididos em sistemas. No Brasil, os principais são:
SFH (Sistema Financeiro de Habitação)
Elaborado pelo Governo Federal, o SFH é o sistema de financiamento imobiliário mais presente entre os brasileiros. Os recursos desse tipo são destinados tanto para a compra quanto para a reforma e para a construção de um imóvel residencial.
Nessa modalidade, existem alguns critérios que precisam ser respeitados, como:
- O valor do financiamento deve ser de até 80% do valor do imóvel;
- O valor do imóvel não deve ultrapassar R$ 1,5 milhão;
- O valor das parcelas não deve comprometer mais do que 30% da renda familiar mensal do contratante.
A taxa de juros anual dos financiamentos que seguem o SFH é fixa e limitada pelo Governo Federal.
SFI (Sistema Financeiro Imobiliário)
Também elaborado pelo Governo Federal, o SFI é o sistema direcionado aos cidadãos que não se enquadram nos critérios estabelecidos pelo SFH. Desse modo, se o cliente deseja comprar um imóvel que custa mais de R$ 1,5 milhão, deve contratar o SFI.
Seguindo isso, os recursos provenientes desse sistema podem chegar a até 90% do valor do imóvel, em contra partida do SFH, que estabelece que o valor máximo deve ser de até 80%.
A avaliação de crédito do SFI é menos criteriosa e, por isso, não estabelece um limite máximo para o valor das parcelas.
Casa Verde e Amarela
Você com certeza conhece ou já ouviu falar no Minha Casa Minha Vida, certo?! Porém, esse programa já não existe mais e, atualmente, foi substituído pelo Casa Verde e Amarela, lançado no final de 2020.
Com o intuito de facilitar o acesso de parte da população à moradia, o programa prevê o pagamento de subsídios a famílias de baixa renda que precisam comprar ou reformar uma casa ou um apartamento.
No caso da compra de um imóvel, o valor do subsídio pode chegar a R$ 140 mil, e para reformas, o valor máximo é de R$ 23 mil.
Vale a pena contratar um financiamento imobiliário?
Não só o financiamento imobiliário, assim como todas as outras modalidades de crédito, apresenta vantagens e desvantagens. Desse modo, cabe ao cliente avaliar quais fatores irão contribuir mais para sua decisão.
Uma das principais vantagens é a realização do sonho da casa própria e, com isso, a liberdade do pagamento do aluguel. O que significa também dar início à construção de um patrimônio.
Por outro lado, é preciso considerar a principal desvantagem: ao assinar o contrato, o cliente se compromete com o pagamento das parcelas, que podem durar meses e até anos. E com isso, o contratante assume a responsabilidade, mesmo que não saiba o que irá acontecer em seu futuro.
Para que os planos de um futuro financiamento saíam como o esperado, é importante que o cliente tenha um bom planejamento financeiro, além de uma reserva de dinheiro. E não menos importante, é necessário avaliar o cenário atual e, especialmente, as condições de compra de um imóvel, que são influenciadas pela taxa Selic.